sábado, 23 de junho de 2018




 Capacitância - É a grandeza elétrica de um capacitor, determinada pela quantidade de energia elétrica que pode ser armazenada em si por uma determinada tensão e pela quantidade de corrente alternada que o atravessa numa determinada frequência.






9 comentários:

  1. Os criadores de heróis e super-heróis dos quadrinhos,
    que arquitetaram mundos originais e paisagens
    inteiramente novos para nós, dedicaram-se
    também a (re)contar histórias não tão novas, com
    enredos talvez não tão desconhecidos, e, especialmente,
    heróis emprestados de outros criadores,
    muitas vezes de gerações anteriores.
    Já a partir da década de 1940, eles se lançaram
    na aventura de ler e transpor os clássicos da literatura
    universal para os quadrinhos, uma aventura
    compartilhada entre leitores e criadores de toda
    uma geração, que pode representar uma viagem
    para dentro de nós mesmos, capaz
    de operar grandes transformações.

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  2. A ideia de emprestar da literatura enredos já testados
    e provados, histórias que por sua potência e
    por seus personagens foram capazes de atravessar
    os séculos para encontrar novos leitores, não é privilégio
    dos quadrinhos, mas, sim, uma prática cultural.
    Outras artes visuais, como o cinema ou, mais tarde,
    as novelas de TV também adotaram essa forma de
    transmissão de valores e conhecimento entre as diferentes
    gerações. Afi nal, é característica da cultura
    que nenhum indivíduo tenha que aprender do zero,
    ou seja, ele “recebe” o conhecimento acumulado
    pelas gerações que o antecederam. Na “cultura da
    convergência”, como Henry Jenkins (2009) defi ne
    a nossa época, não apenas a literatura emprestou
    seu prestígio para as novas linguagens que foram
    surgindo, mas todos os conteúdos passaram a ser
    compartilhados em múltiplas plataformas de mídia,
    deslizando entre elas. E, assim, as narrativas migram, enredos e personagens fi ccionais são recriados e
    desdobrados, enriquecendo-se a cada novo contar,

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  3. Os primeiros álbuns em quadrinhos baseados
    em obras literárias (ou quadrinizações) surgiram
    nos Estados Unidos. O editor russo Albert Kanter,
    radicado ali, desenvolveu uma coleção que se espalharia
    pelo mundo todo, encantaria os soldados
    no front de batalha e seria uma das grandes predileções
    dos leitores norte-americanos. Chamava-se
    Classics Illlustrated. A coleção durou 30 anos (1941
    a 1971), sendo facilmente reconhecida pelos leitores
    pelo retângulo amarelo que trazia na capa.
    As revistas, inspiradas tanto em clássicos como na
    literatura folhetinesca anglo-saxã do século XIX, foram
    traduzidas para mais de 26 idiomas, em cerca
    de 36 países. No Brasil, bem como na Grécia, a coleção
    foi traduzida e enriquecida com álbuns originais,
    baseados em obras da literatura pátria. A coleção
    brasileira, publicada pela EBAL com o nome de
    Edição Maravilhosa, começou também com romances
    já provados e testados: Os três mosqueteiros e
    O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, e
    Moby Dick, de Herman Melville, e assim por diante,
    totalizando mais de 400 quadrinizações em diferentes
    séries da editora.

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  4. O reconhecido editor brasileiro de quadrinhos,
    Adolfo Aizen, fundador da Editora
    Brasil-América Ltda (EBAL), cunhou o termo
    “quadrinização” para se referir à obra em
    quadrinhos que tomou como ponto de partida
    uma obra literária. Aizen foi responsável no Brasil por publicar as artes da Classics
    Illustrated e por promover a quadrinização
    de obras de autores brasileiros. Sua coleção
    teve 200 números na série principal, publicados
    entre 1948 e 1962.

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  5. Adolfo Aizen abraçou a ideia de publicar
    os clássicos em quadrinhos que lá fora conquistavam
    ao mesmo tempo o público infantil e pais
    e educadores, e assim cumpriam o propósito de
    promover os quadrinhos como linguagem. E deu
    certo! Somadas a iniciativas dos concorrentes, foram
    mais de 800 edições em formato de revistas
    em quadrinhos publicadas no século XX. E para
    mostrar que o gênero manteve sua popularidade,
    a Editora Abril lançou, em comemoração aos 60
    anos da revista do Pato Donald, a série infantil semanal
    Clássicos da Literatura Disney, com 40 volumes,
    incluindo adaptações de vários romances,
    como O conde de Monte Cristo, As viagens de
    Gulliver, As aventuras do barão de Munchausen,
    e também de obras supostamente “mais graves”,
    como Os Miseráveis, de Victor Hugo, ou Os sofrimentos
    do jovem Werther, de Goethe.
    Seria pouco pensar as adaptações literárias
    como obras menores ou secundárias cuja função
    é estimular o jovem leitor a aproximar-se da obra
    original. Muitas adaptações literárias têm todas as
    qualidades de um bom álbum de quadrinhos.

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  6. Uma viagem para dentro de nós
    A leitura dos clássicos da literatura universal
    pode ser feita solitariamente ou de forma
    compartilhada. Você pode sempre ler a obra
    original, mas tenha certeza de que, ao ler
    a versão em quadrinhos terá a sensação
    de não estar só. É uma viagem diferente
    e nunca poderá comprometer a leitura da
    obra original ou outras releituras da mesma
    obra. Porque, afinal, cada leitura é apenas
    mais uma leitura. Assim, a leitura de uma
    quadrinização de um clássico não deve servir
    de “trampolim” para que o aluno leia o texto
    original. Os professores devem entender que
    o mesmo clássico, seja em suporte livro, álbum
    em quadrinhos, cinema e/ou teatro são
    linguagens distintas, com suas especificidades
    e características, permitindo LEITURAS
    diferentes, o que enriquece demais a obra. obra original ou outras releituras da mesma
    obra. Porque, afinal, cada leitura é apenas

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  7. mais uma leitura. Assim, a leitura de uma
    quadrinização de um clássico não deve servir
    de “trampolim” para que o aluno leia o texto
    original. Os professores devem entender que
    o mesmo clássico, seja em suporte livro, álbum
    em quadrinhos, cinema e/ou teatro são
    linguagens distintas, com suas especificidades
    e características, permitindo LEITURAS
    diferentes, o que enriquece demais a obra.

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  8. O que faz do clássico um clássico?
    São muitas as questões que são vivas e
    verdadeiras para todas as gerações. Um
    clássico é um modelo? Eu tenho que gostar do clássico? Quem decide o que é clássico?
    Os clássicos dependem do tempo para se
    tornar clássicos? O que faz do clássico um
    166
    clássico?

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  9. Não somente porque a leitura dos quadrinhos
    pode ser prazerosa por si só, mas também
    porque a quadrinização pode, sim, ser um mapa
    capaz de encurtar distâncias e ampliar os horizontes
    de compreensão da obra literária.
    A quadrinização pode soar como convite honroso
    para compreender os clássicos além de seu
    sentido histórico, de como a obra foi recebida
    pelos leitores da época, ou como um convite
    para ler um bom quadrinho ou tudo isso junto e
    ao mesmo tempo. Já pensou?
    Ler uma quadrinização é autorizar um artista
    gráfi co a apresentar sua leitura da obra clássica, provando
    que ela mantém sua capacidade de falar às
    gerações de hoje e que marcou a cultura como modelo
    estético, historiográfi co, político e/ou artístico.
    Hoje em dia existe uma grande comunidade de
    editores, quadrinistas e roteiristas dedicada a reler
    os clássicos, contribuindo para reproduzi-los ou
    para inová-los, atualizando o sentido desses modelos.
    Assim, o cânone literário tem sido constantemente
    revisitado por esses artistas, promovendo
    a leitura e a refl exão sobre as obras.
    O leitor pode se benefi ciar da mediação possibilitada
    pela visualidade dos quadrinhos e pelos
    registros gráfi cos da leitura do artista. O quadrinista
    faz o convite para guiá-lo no universo da obra e vai
    compartilhando com ele suas estratégias de representação,
    dando pistas de como dissecou o texto literário
    e suas estratégias retóricas para transpor esse
    texto para a linguagem dos quadrinhos. Com vocabulário
    e gramática próprios, os quadrinhos lançam
    mão de um amplo leque de expedientes para narrar
    uma história no tempo e no espaço, descrever um
    cenário, explorar sensações ou alcançar qualquer
    outra intenção comunicacional do(a) autor(a).

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